Empresa estruturada, equipe comprometida, clientes satisfeitos e as finanças indo muito bem, obrigado. Quando o negócio atinge este nível de maturidade é hora de dar o próximo passo. Mas a questão é: qual?
Crescer é o objetivo principal de uma empresa e faz parte do processo de todo negócio bem sucedido, porém, quando este momento chega, muitos empresários recuam e ficam indecisos, sem saber direito para onde ir e quais decisões tomar. Afinal de contas, tudo precisa ser muito bem pensado e planejado, para não colocar a perder anos de esforço e trabalho duro.
Existem muitas formas de expandir um negócio: abrindo uma nova unidade, contratando mais funcionários, ampliando a estrutura, adquirindo equipamentos de última geração e etc. No entanto, todas estas opções exigem investimentos, que em grande parte das vezes são maiores do que a empresa tem disponível. É aí que entra o papel do empresário, que deve fazer as análises necessárias e considerar as variáveis para tomar a melhor decisão.
O primeiro passo, antes de decidir onde investir e estimar a quantia necessária para iniciar a expansão, é resgatar o plano de negócios da sua empresa e levar em consideração alguns pontos como o seu destaque no mercado, se tem volume de clientes, se estes são relevantes e se o faturamento é satisfatório.
Feito isso, aí sim é hora de discriminar os valores necessários para investimento fixo e de capital de giro, bem como a origem e a aplicação dos recursos que for conseguir. Em outras palavras, é preciso detalhar as atividades que devem ser realizadas, quantos profissionais precisam ser contratados, quantos equipamentos devem ser adquiridos e mantidos, que estrutura física será necessária e o valor aproximado para custear cada um desses itens. Lembrando que esse processo é requisito para muitos investidores, pois, assim, eles têm a certeza de que vale a pena investir na sua empresa.
No mercado existem vários tipos de investimentos que ajudam a impulsionar o crescimento das empresas. Há também o capital externo, que envolve tanto a realização de empréstimos quanto a venda de participação acionária para outras empresas ou investidores profissionais. Antes de escolher a melhor alternativa para alavancar o seu negócio, é preciso avaliar as vantagens e as desvantagens que cada uma proporciona.
Investimentos
A escolha do tipo de investimento depende tanto do estágio de maturidade da empresa, quanto da relevância e necessidade no momento. Cada tipo de investidor tem uma forma diferente de contribuir para o crescimento do negócio, porém, cada um deles têm exigências diferentes em relação ao empreendedor e a empresa. Logo, antes de qualquer coisa é preciso refletir e saber se você e o seu negócio estão preparados para isso.
Feito isso, vamos aos tipos de investimentos disponíveis:
Aceleradora
Aceleradoras são empresas que apoiam e investem no desenvolvimento e crescimento de empresas, principalmente startups. Essas aceleradoras ajudam os negócios a obter novos investimentos e a atingir um ponto de equilíbrio, que é a fase em que as empresas conseguem pagar suas próprias contas com as receitas do negócio.
Apesar de nas aceleradoras a faixa de investimento ser a mais baixa entre os capitais de risco, as empresas buscam esta opção principalmente pela vantagem de se estar em um ambiente que possibilita a troca de conhecimento por meio do contato com outras empresas que também estão começando. Se a sua empresa está neste estágio, buscar uma aceleradora pode ser uma boa opção.
– Faixa de Investimento: de R$ 50 a R$ 350 mil
– Tempo Médio de Investimento: 6 meses
– Participação Média: de 5% a 20%
– Tempo de Vida da Empresa: de no papel até meses de vida.
Investidor Anjo
São pessoas físicas que investem em empresas que estão em fases iniciais de operação. Na maioria dos casos, o anjo tem experiência e possui conhecimento sobre o mercado de atuação, por isso busca apoiar empresas destes setores.
Se você quer conhecer melhor o seu ramo de atuação, busque orientação com um investidor anjo. Ele, por estar presente no negócio e ter participação na gestão, vai trazer soluções rápidas e flexibilidade na tomada de decisão. Mas lembre-se: o investidor anjo tem duração temporária, por isso absorva o máximo de conhecimento que ele pode oferecer.
– Faixa de Investimento: de R$ 10 mil a R$ 1,5 milhão
– Tempo Médio de Investimento: 3 a 6 anos
– Participação Média: de 1% a 10%
– Tempo de Vida da Empresa: 1 a 12 meses.
Venture Capital
Os venture capitals (ou VCs) apoiam empresas de pequeno e médio porte já estabelecidas e com potencial de crescimento. Com duração média de 5 a 7 anos, os recursos investidos financiam as primeiras expansões, levando o negócio a novos patamares no mercado.
Há dois tipos de VCs: O VC early stage e VC later stage. O primeiro apoia empresas com até 4 anos de operação e faturamento não superior a R$ 9 milhões. Já o VC later stage entra quando a empresa já atingiu a fase de comercialização plena do produto e a sua rápida expansão requer mais recursos. Além disso, esses dois tipos também trazem, em geral, diferentes valores de capital investido, bem como buscam uma porcentagem de participação média de diferentes faixas, como mostra a tabela no começo do artigo.
Empresas investidas por VCs buscam, principalmente, apoio para ampliar networking e conhecimento nos desafios de crescimento do negócio, como planejamento de expansão (local e internacional), fusões e aquisições etc.
Venture Capital Early Stage
– Faixa de Investimento: de R$ 1 a R$ 9 milhões
– Tempo Médio de Investimento: 5 a 7 anos
– Participação Média: de 20% a 30%
– Tempo de Vida da Empresa: 3 a 5 anos
Venture Capital Later Stage
– Faixa de Investimento: de R$ 7 a R$ 30 milhões
– Tempo Médio de Investimento: 5 a 7 anos
– Participação Média: de 30% a 40%
– Tempo de Vida da Empresa: 3 a 5 anos
Private Equity
O investidor desta modalidade entra em cena mais tarde na vida de uma empresa. Geralmente quando ela já está no mercado há mais de 5 anos e consegue alcançar faturamentos anuais na casa das dezenas ou centenas de milhões de reais. Por se tratar de investimentos altos (superior a R$30 milhões) o fundo também costuma tornar-se sócio majoritário do empreendimento e até a indicar alguns diretores.
Há dois tipos de segmentos de private equity: o tradicional e o private equity growth. No primeiro, o capital é destinado a alterações financeiras, operacionais ou estratégicas, visando a um novo posicionamento da empresa no mercado aberto. Já no private equity growth, o investimento é destinado à expansão da planta e/ou rede de distribuição, capital de giro ou ainda para ser investido em comunicação, marketing, etc.
– Faixa de Investimento: até R$ 30 milhões
– Tempo Médio de Investimento: 2 a 7 anos
– Participação Média: até 50%
– Tempo de Vida da Empresa: mais de 5 anos