Boa parte dos empregos e negócios do futuro envolvem tecnologia. Afinal, boa parte da nossa vida está relacionada e até depende dela.
As startups de tecnologia vêm se destacando como unicórnios e as insurtechs são uma das apostas. Isso porque apresentam baixo custo operacional e relevante proposta de valor.
Neste artigo, vamos explicar em detalhes como se desenvolveram as insurtechs, trazer um panorama global deste mercado e também algumas recomendações para começar a investir nessa oportunidade.
O que é insurtech?
Insurtech é uma startup tecnológica voltada para seguros. O próprio nome entrega: é a junção dos termos ingleses “insurance” (seguro) e “technology”, que é tecnologia.
Ou seja, é uma plataforma on-line que fornece soluções em seguros, seja de vida, residencial, de automóveis e por aí vai.
Muitas também oferecem cobertura empresarial. Por esse motivo, as insurtechs são consideradas players tanto B2B quanto B2C, fazendo negócios com empresas e clientes finais.
É um subproduto das fintechs, que são startups de tecnologia especializadas em serviços financeiros.
De modo geral, a insurtech faz a transação de compra de seguros que vão desde uma cobertura para uma mala, um seguro-viagem até a compra de um imóvel de alto valor.
As insurtech vão muito além da digitalização do processo de contratação de seguros e prestam um importante papel para o mercado. O de revolucioná-lo por meio da modernização e até mesmo automação de processos.
As tradicionais companhias de seguros estão tendo de se reinventar com concorrentes cada vez mais descomplicados, que eliminam burocracias e prestam um serviço com qualidade superior.
E tudo isso de forma on-line, extinguindo maços de documentos impressos. Com aplicações de digitalização e assinatura digital, contratar seguros pelo smartphone já é uma realidade consolidada.
O mercado das insurtechs no Brasil e no mundo
Com os acontecimentos recentes envolvendo catástrofes naturais e problemas sanitários, observa-se um aumento no interesse das pessoas em resguardar seus bens.
Isso se torna uma prioridade ainda maior quando se fala em seguro de vida e também de saúde. Esse fenômeno global aumentou a preocupação e o cuidado das pessoas com suas famílias e prioridades. Todos buscam uma sensação de proteção e segurança.
Não é à toa que o setor de seguros está sendo um impulsionador de fusões e aquisições nos Estados Unidos. E isso ganhou mais força com a criação de insurtechs.
O relatório da PWC intitulado “Global M & A Industry Trends in Financial Services” explica que esse tipo de negócio tem dois pontos de atratividade para os investidores.
O primeiro é a possibilidade de oferecer serviços mais complexos, formando uma cadeia fechada de negócios.
Uma vez que é possível vender seguro de praticamente tudo, o modelo de negócio é bastante flexível e traz muitas oportunidades de integração.
Por fim, o estudo também comenta sobre a riqueza dos dados dos usuários e o potencial de utilizá-los de forma estratégica.
Segundo Dhaval Chadha, cofundador da Insurtech Justos, “seguros é um mercado inevitável para startups, pois já é gigante e pode ser três vezes maior”. A empresa acaba de receber aportes financeiros do Nubank, Creditas e IFood.
É fato que este é um universo em expansão, onde customização e facilidade são os carros-chefe. É um ecossistema aberto, em que a comodidade e o preço são um diferencial, especialmente no Brasil.
Embora seja bastante tímido, o mercado brasileiro de compra de seguro tem um enorme potencial.
As principais insurtechs brasileiras
Para dar referências e, quem sabe, inspirar, trouxemos aqui exemplos de insurtechs brasileiras. Assim, você consegue ter uma visão melhor do segmento, dos players e das propostas de valor.
A seguradora digital 88i tem opções para empresas e também para pessoas físicas, com cobertura para dispositivos tecnológicos, como celulares, notebooks e videogames. Ainda tem serviços como telemedicina e proteção financeira.
A Youse oferece diversos tipos de seguro, com destaque para a facilidade e possibilidade de customização. Ela disponibiliza benefícios como um clube de vantagens e cashback, itens muito valorizados pelos clientes hoje em dia.
Dentre as seguradoras para nichos, podemos considerar a Kakau, que é especialista em seguros para celular, tablet e bicicletas, e a Pier Digital. A segunda com cobertura para carros e smartphones, apenas.
A Minuto Seguros é a insurtech com maior diversidade de oferta. Além do tradicional seguro para automóveis, disponibiliza opções com cobertura para viagens, acidentes pessoais e serviços odontológicos.
A Ciclic é uma startup que surgiu de uma parceria entre o BB Seguros e o Principal Financial Group (PFG). Tem no portfólio produtos para viagem, cobertura para equipamentos portáteis e plano de saúde para humanos e pets.
Esse, inclusive, é um movimento interessante no mercado brasileiro de insurtechs: a compra da aplicação por grandes conglomerados financeiros.
Agora que você já tem uma visão mais sólida de como as coisas funcionam, vamos às expectativas com relação ao futuro desse mercado.
Tendências das insurtechs: um mar de oportunidades!
Dentre as novidades e expectativas para esse tipo de fintech está a personalização dos serviços e interações. E isso se dará por meio da ciência de dados.
Como falamos anteriormente, a coleta de dados é um dos principais atrativos para se investir nas insurtechs. A diversidade de serviços permite o relacionamento com diferentes tipos de pessoas, em variados momentos de vida.
Por isso, a análise de dados é uma das estratégias para oferecer serviços cada vez mais adequados ao perfil do cliente. Com essas informações em mãos, há espaço para parcerias, expansão e criação de novas soluções.
É nessa esteira que surge o Open Insurance, uma novidade que permite que usuários e corretoras de seguros negociem em mercado aberto. Com o compartilhamento de dados e ofertas, as transações serão mais transparentes e customizadas.
Em paralelo, usando tecnologias como inteligência artificial, o autosserviço ficará cada vez mais comum, trazendo mais fluidez e autonomia para a jornada digital.
Desse modo, investir em CRM, serviços completos, experiências on-line e offline integradas são diferenciais. As pessoas esperam por processos sem atrito, com atendimento híbrido e suporte técnico rápido. E seguro.
Por ser um ativo tecnológico, as fintechs estão sempre se atualizando, seja para melhorar a experiência dos clientes, especialmente no que diz respeito à cybersecurity. Mas as inovações não param por aí. Já temos o metaverso, criptomoedas, o próprio open insurance, com a figura do Sistema de Iniciação de Pagamentos (SISS).
Com o aprimoramento dos meios de pagamento, há uma grande janela para investir em aplicações que conectem e agreguem mais serviços numa única solução. Quanto mais completa a entrega, maior o valor para o cliente!
Os desafios pelo caminho das insurtechs
É de se imaginar que o principal ponto de preocupação das fintechs é a segurança digital. Vazamento de dados e invasão de sistemas são um risco real. Tanto que essas empresas têm profissionais dedicados à cybersecurity.
Por ser um negócio novo, ainda há gaps na legislação, muitas regulamentações estão sendo construídas agora. De qualquer maneira, todas as atividades devem estar em conformidade com a Susep, a Superintendência de Seguros Privados, que regula o setor.
O último desafio observado pelos especialistas é a aceitação do público e a competitividade. Com a abertura completa do Open Insurance, prevista para o segundo semestre de 2022, o número de players tende a aumentar.
Segundo o levantamento feito pela plataforma de inovação Distrito, havia em 2020 mais de 113 startups de seguros em operação no Brasil. A maioria delas atuando em infraestrutura em backend, dando suporte para aplicações de seguradoras e insurtechs.
Fonte: http://fintech.com.br/blog/business/insurtechs-brasileiras/
As tradicionais companhias de seguros vêm se preparando para esse movimento e, somado ao surgimento das insurtechs, tem bastante gente brigando por esse market share.
De qualquer maneira, há sempre a oportunidade de conquistar um pedacinho do mercado. E, em se tratando de seguros, há um leque de segmentos e nichos a serem explorados.
O futuro das insurtechs é considerado promissor e prova disso é a quantidade de fornecedores oferecendo essa tecnologia.
Veja no próximo tópico algumas recomendações que você deve conhecer antes de começar a investir neste tipo de startup. Vamos a elas.
5 dicas para iniciar uma insurtech
Agora que você já entendeu um pouco mais sobre as startups de seguros, é hora de avaliar a fundo essa oportunidade de investimento. Separamos algumas boas práticas para ajudar a desenvolver melhor essa ideia.
Esqueça o modelo tradicional de seguros
Essa frase é um tanto forte, mas resume bastante o espírito de uma insurtech. Lembre-se de que estamos falando sobre um novo conceito, bastante disruptivo.
Menos burocracia, mais flexibilidade e transparência. Essa é a principal proposta de valor, e está bem longe do que as tradicionais seguradoras praticavam até então. É importante construir uma aplicação acessível, simplificada e fácil de contratar.
O estudo “World Insurtech Report 2021”, feito pela Capgemini e a Efma, descreve o modelo CARE, uma sigla formada pelas palavras:
- Convenience: conveniência, facilidade;
- Advice: aconselhamento, consultoria;
- Reach: alcance, diversidade.
Em linhas gerais, a metodologia fala sobre a necessidade da conveniência, da velocidade da resposta e da transparência das informações. Isso tudo de modo customizado e autônomo, cabendo à insurtech o papel de consultora de seguros.
Este pode ser um bom guia para começar o esboço do plano de negócios!
Seja digital
Considere que se trata de um negócio virtual, então, vale a máxima ‘não pense digital, seja digital’.
As fintechs se diferenciam por já serem concebidas no ecossistema on-line. Afinal, seus clientes e suas soluções são virtuais por natureza.
Mas ser efetivamente digital vai muito além do seu produto. Isso engloba toda a gestão da empresa e seus processos internos.
Se especialize em um produto ou nicho
O mercado de seguros é bastante variado, como dito anteriormente. Há seguro de vida, de saúde, de viagem, de imóveis, de carros, de bens, de empresas, de negociações financeiras, entre outros. Até mesmo os pets têm sua cobertura garantida!
Nesse campo cheio de possibilidades, se especializar em uma só é uma estratégia interessante. Seu negócio pode resolver o problema de um grupo específico de clientes. E isso pode fazer de você, um pioneiro.
O cliente é o centro de tudo
Esse ensinamento é do Diego Barreto, CEO do iFood e autor do livro “Nova Economia – Entenda por que o perfil empreendedor está engolindo o empresário tradicional brasileiro”.
Com relações mais autônomas e um cenário mais competitivo, a decisão de compra ganhou novos atributos. Os clientes levam em consideração não apenas o produto, mas também a forma como a empresa se relaciona com eles e com a sociedade.
Por isso, é importante colocar o cliente no centro de todos os investimentos da empresa, tendo suas necessidades e percepções como farol para novos movimentos.
Isso inclui especialmente o desenvolvimento de produtos e a frente de suporte ao consumidor. Seja na hora de inovar ou de resolver um problema, toda a jornada deve ser pensada para o cliente.
Conte com orientação profissional
Investir em um novo negócio é um risco que todo CEO enfrenta ao diversificar sua carteira. Por isso, é altamente recomendado contratar parceiros que tragam confiabilidade e segurança para as transações.
Ao abrir uma nova empresa ou expandir o leque de opções da sua companhia, não hesite em contar com suporte profissional, em especial os serviços financeiros fiscais e consultivos. Assim, você se concentra em aprimorar e desenvolver seu business plan.
Comece agora a investir numa insurtech
Comentamos no último item sobre os cuidados a serem tomados ao iniciar uma nova empreitada. A sustentabilidade financeira é imprescindível para controlar melhor os primeiros meses de vida da empresa.
Além de um bom aporte, é importante buscar serviços de contabilidade consultiva. A gestão financeira e contábil deve começar no minuto zero, quando a ideia ainda estiver no estágio embrionário.
Um bom plano de negócios traz todo o mapa de riscos, cenários e alternativas viáveis. E a contabilidade consultiva pode ajudar a prever e antecipar movimentos financeiros que trarão mais longevidade aos negócios.
Entregue seu projeto a profissionais altamente qualificados, como os especialistas da Gestão Contabilidade, e veja por que a empresa é a escolha certa para as empresas de tecnologia.