O ano de 2021 nos negócios foi de reinvenção para as empresas se manterem no mercado. Novas variantes do Covid-19, descontrole inflacionário e fiscal derrubaram todas as previsões. No entanto, as boas notícias ficaram por conta da performance do Pix, sistema de pagamento eletrônico que completou um ano em novembro de 2021. Foram mais de 348 milhões de chaves cadastradas e 1,6 bilhão de transações.
De acordo com dados do Banco Central, 14 milhões de brasileiros abriram uma conta bancária pela primeira vez em 2020, no auge da pandemia. O volume é resultado principalmente do Pix e do Auxílio Emergencial.
Atualmente, o Pix já supera, em números absolutos, as transações por TED, DOC, boletos, cheques e outros tipos somados. E já é usado por 71% dos brasileiros.
Com o surgimento de novas funcionalidades, o Pix deve se consolidar ainda mais. Veja, neste post, o desempenho em 2021 e as novidades previstas para o Pix em 2022.
Desempenho do Pix em 2021
O Pix é o meio de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central (BC). Usando o sistema, os recursos são transferidos entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia. Pode ser feito a partir de uma conta corrente, conta poupança ou conta de pagamento pré-paga.
Para utilizar o Pix, não importa em que banco a pessoa tenha conta: basta inserir a chave-pix – que pode ser o número do CPF, e-mail ou chave aleatória – e o valor a ser transferido e a plataforma identifica, de imediato, o cliente, o banco, a conta e faz a transferência. Simples assim.
Com um ano de existência, o sistema já soma mais de 115 milhões de usuários cadastrados: mais de 106 milhões de pessoas físicas e mais da metade das empresas no País aderiram ao sistema.
Neste primeiro ano, foram realizadas mais de 1,6 bilhão de transações com Pix, volume que supera as operações com boletos, TEDs, DOCs e cheques somados. As transferências feitas pelo Pix movimentaram, entre novembro de 2020 e outubro passado, quase R$ 4 trilhões.
As pessoas físicas podem cadastrar até cinco chaves Pix e as jurídicas, até 20. Elas podem ser distribuídas por um ou mais bancos.
Evolução do Pix e novidades para 2022
Ainda no final de 2021, o BC adicionou duas novas funcionalidades ao sistema: o Pix Saque e o Pix Troco, que permitem saque de dinheiro em espécie para os clientes em estabelecimentos comerciais como lojas, padarias e supermercados, por exemplo. Gradualmente, as funcionalidades serão disponibilizadas pela rede varejista.
Para fazer o Pix Saque, o cliente deve enviar um Pix para o estabelecimento, usando o mesmo procedimento do envio de um Pix normal, a partir da leitura do QR Code mostrado ao cliente ou a partir do aplicativo do prestador do serviço. Nesse caso, a loja vai repassar o valor integral do Pix em dinheiro para o cliente.
O processo é semelhante no Pix Troco. No ato de uma compra, o cliente efetua o pagamento com Pix num valor superior ao das mercadorias ou serviços. Daí, o estabelecimento devolve em dinheiro o valor excedente.
Outra iniciativa do Bacen foi a integração do Pix com o Open Banking, sistema financeiro aberto brasileiro que entra em sua terceira fase, distribuída em etapas. A partir de agora, as empresas prestadoras de serviço podem se tornar Iniciadores de Pagamento (ITP).
Ou seja, os usuários poderão, por exemplo, fazer o pagamento via Pix em sites como de e-commerce sem precisar acessar o aplicativo ou site do banco onde são correntistas. Basta apenas o consumidor autorizar o débito solicitado na sua conta corrente.
Esta fase, de acordo com o Banco Central, oferecerá oportunidades para o surgimento de novas soluções e ambientes para a realização de pagamentos. Em um segundo momento, para receber propostas de operações de crédito, possibilitando o acesso a serviços financeiros por meio de canais escolhidos pelo cliente.
Mas o Pix em 2022 deve receber algumas outras funcionalidades. Veja a seguir:
1 – Pix Cobrança: o Banco Central deve implementar atualizações no Pix Cobrança, que permitirão a integração por meio de um arquivo padronizado, facilitando pagamentos em lote. Isso beneficiará empresas que trabalham com pagamentos em massa.
2 – Pix no débito automático: agendamento de pagamentos instantâneos, para facilitar a quitação de títulos recorrentes, como água, luz e telefone,
3 – Pix offline: pagamentos podem ser feitos mesmo que o usuário não esteja conectado à internet.
4 – Pix por aproximação: o pagamento poderá ser realizado com a aproximação do smartphone à uma máquina criada apenas para essa finalidade.
5 – Pix garantido ou parcelado: a solução funcionará como um cartão de crédito. Ou seja, o cliente poderá parcelar o total da aquisição até o limite de parcelas permitidas.
6 – Pix internacional: a ideia é permitir transferências internacionais instantâneas. O Banco Central vem avaliando oferecer essa opção ao usuário e acompanhando experiências de interligação em outros países.
O Pix é realmente tão seguro?
Será que a simples identificação de uma chave-pix garante toda a segurança que as transações eletrônicas exigem? Independentemente do banco onde são originadas e para qual banco se destinam, todas as movimentações financeiras passam pelas tecnologias de segurança da informação que regem o Banco Central.
De acordo com o próprio site do Banco Central, dentre os mecanismos de segurança que protegem os dados de quem emite e recebe um Pix, podemos citar:
- Autenticação digital (por senha, token, reconhecimento biométrico, entre outros) que comprova a identidade do pagador antes do recebimento ou pagamento;
- Compartilhamento de dados criptografados na Rede do Sistema Financeiro Nacional;
- Tecnologias antifraude, que identificam transações atípicas e que não condizem com o perfil do cliente. Sempre que uma movimentação é identificada, o sistema bloqueia todo o processo até que ele passe pela análise de transações suspeitas;
- Mecanismos de proteção dentro do banco de dados que impedem acesso às informações pessoais e marca como “fraude” as suspeitas. Em relação às fraudes consumadas, compartilham o alerta para todas as instituições que fazem parte do sistema Pix.
- Rastreio de trilhas completas de transações. Em casos de sequestro, por exemplo, o destinatário é facilmente identificado.
Além disso, para evitar fraudes e roubos deste tipo, o Banco Central fez mudanças no Pix, como bloqueio de horários para transferências, limitação de valores e até a escolha dos destinatários.
Assim, ficam impedidas movimentações financeiras maiores durante a noite. Das 20h às 6h, o usuário só pode fazer transferências para o mesmo banco até o limite de R$ 1.000. Da mesma forma, no caso do Pix Saque e do Pix Troco, o usuário poderá sacar até R$ 500 durante o dia e R$ 100 no período noturno.
Com todas essas facilidades que vimos até aqui, já sabemos que as novidades sobre o Pix devem ir além de 2022. Para se manter atualizado sobre o assunto, continue acompanhando o blog da Gestão Contabilidade.