Gustavo percebeu que para sua startup crescer será preciso buscar um investidor. Mas ainda possui muitas dúvidas sobre o assunto e tem medo de não conseguir nenhum investimento. O que ele precisa fazer para preparar sua startup para receber investidores?
Você está na mesma situação que o Gustavo? Afinal, o que os investidores analisam? Será que apenas ter um bom produto é o suficiente? O que você precisa fazer para ficar pronto?
Pensando em todas essas questões, neste post, vamos explicar quais são os principais benefícios de ter um investidor para sua startup. Além disso, confira 6 dicas importantes antes de sair à busca do investidor. Boa leitura!
Quais são os benefícios de conseguir um investidor para sua startup?
É bem provável que você tenha inúmeras ideias de como fazer o seu negócio crescer no mercado. Porém, não possui os recursos financeiros necessários para colocá-las em prática.
Nessa hora, é útil tentar encontrar um investidor que esteja disposto a fazer um aporte de capital para sua empresa.
Porém, vale destacar que os benefícios dessa solução para sua startup não ficam limitados apenas ao lado financeiro. Isso porque muitos investidores possuem ampla experiência de mercado e podem contribuir com dicas valiosas para você ter um negócio escalável.
Veja algumas das vantagens de conseguir um bom investidor:
Ajuda financeira
O primeiro benefício é o aporte de capital, ou seja, o auxílio financeiro que a startup recebe para conseguir atingir um determinado objetivo. E essa é a principal razão pela qual as empresas buscam investimentos.
Quando o investidor faz um aporte, a quantia pode ser paga em uma única remessa, dividida em parcelas mensais, ou de outra forma que as partes envolvidas considerarem melhor.
Com esse dinheiro, você pode pagar dívidas, mas, no caso das startups, ele é usado, principalmente, para alavancar o negócio.
Os principais tipos de investimentos são:
- Investimento anjo: é ideal para empresas em estágios iniciais, mas que apresentam boa probabilidade de crescimento em médio prazo. Normalmente, é concedido por empreendedores que se identificam com a área ou o propósito da startup.
- Venture capital (capital de risco): são destinados aos empreendimentos de nível médio que já estão atuando no mercado e apresentando bom desempenho. O objetivo é acelerar o ritmo de crescimento.
- Private equity (capital privado): é concedido para empresas com faturamento mais alto e que já estão consolidadas no mercado.
Com isso em mente, antes de buscar um aporte de capital é preciso compreender em qual situação sua startup se enquadra. Dessa maneira, há mais chances de ser bem-sucedido.
Consultoria estratégica
Outra vantagem de conseguir um investidor que possua experiência no ramo de atuação da startup é a possibilidade de receber uma consultoria estratégica.
A visão de alguém de fora da empresa pode ajudar a perceber problemas que ainda não foram notados, mas que estão atrapalhando o desenvolvimento do empreendimento.
Além disso, sabemos que em todas as áreas a experiência é um fator muito valioso, pois existem algumas lições que só são aprendidas com a prática, com os erros e acertos.
Pensando nisso, o investidor pode assumir o papel de mentor, contribuindo com ideias e insights, que vão ajudar seu negócio a crescer e se estabilizar no mercado.
Afinal, para ele não é lucrativo que a sua startup fique estagnada ou que venha a falir. Na prática, quanto mais faturamento a empresa obtiver, maior será o retorno do investimento.
É claro, que isso não significa que o investidor vai estar presente diariamente nas atividades da empresa. Mas, quando necessário, pode ser útil consultá-lo.
Rede de relacionamentos
A construção de um bom networking, ou rede de relacionamentos, é um fator crucial na hora de determinar o sucesso ou fracasso de um empreendimento.
Nenhum negócio funciona de maneira isolada do resto do mundo. Mesmo que sua startup opere no ambiente digital é preciso ter contato com colaboradores, parceiros, clientes, entre outros.
Nesse caso, uma pessoa que já está há mais tempo no mercado, como o investidor, já construiu uma boa rede de relacionamentos e que podem ser úteis para a startup.
Caso o investidor atue no mesmo ramo que a empresa, é provável que conheça clientes em potencial e possa estabelecer uma ponte entre você e eles. Isso pode diminuir o tempo gasto até conseguir alcançar um cliente maior.
Além disso, também é possível criar boas parcerias. Ao ser indicado por um investidor consolidado no mercado, isso vai aumentar a credibilidade dos seus serviços ou produtos e fazer com que outras empresas comecem a notá-lo.
Então, ao buscar um investidor, considere que também vai conseguir um excelente networking, abrindo assim muitas portas para sua startup.
Melhoria da governança
A governança corporativa é o conjunto de regras e costumes que visam garantir o alinhamento de ideias e expectativas entre a administração de uma empresa e os seus sócios. E é um dos pontos que os investidores analisam cuidadosamente antes de decidir se vão conceder um aporte ou não.
Nenhum investidor quer o seu nome e a sua reputação associados a uma empresa com má governança porque isso acarreta problemas, como:
- Falta de transparência;
- Comportamentos antiéticos;
- Dificuldades financeiras;
- Entre outros.
Mesmo no caso de grandes empresas, a má governança pode trazer bastante prejuízos. Só para exemplificar: a gigante Toshiba, desde 2015, vem passando por diversos escândalos e permanece em crise administrativa.
Sendo assim, um dos benefícios de conseguir um investidor é alcançar melhorias na governança. Na realidade, esse processo começa a acontecer antes mesmo do investimento e, após, é apenas aprimorado.
Portanto, comece desde já a definir qual o papel de cada sócio e de cada gestor dentro da startup. Também, é importante cuidar dos relatório fiscais, mantendo os dados financeiros sempre transparentes.
Nesse caso, é útil contratar serviços de contabilidade especializados para auxiliá-lo e garantir que os relatórios sejam feitos da forma correta.
Os investidores estão cada vez mais exigentes quanto à governança. Por isso, procurar soluções para melhorar esse aspecto em sua empresa vai trazer benefícios e protegê-la de problemas futuros.
O que fazer para sua startup ficar pronta para receber investimentos?
Existem alguns passos essenciais que sua startup precisa dar antes de buscar investimentos. Confira 6 dicas para ajudá-lo a se preparar:
1-Estrutura Societária
Como vimos anteriormente, a boa governança envolve a definição do papel de cada membro da sociedade. Por esse motivo, a decisão da estrutura societária é um dos primeiros passos.
É importante escolher o tipo de sociedade empresarial que melhor se adapta à realidade do seu negócio. No Brasil, os modelos disponíveis e mais utilizados são:
- Sociedade Simples: é usada apenas para prestação de serviços, sendo composta por dois ou mais profissionais que desempenham a mesma atividade, podendo ser de natureza intelectual ou cooperativa.
- Sociedade Limitada: é a associação de dois ou mais sócios em que cada um deles tem sua participação estabelecida de acordo com a sua contribuição nas quotas da empresa.
- Sociedade Anônima: é dividida por ações e a responsabilidade de cada sócio é determinada pela quantidade de ações.
No que diz respeito à sociedade, é preciso manter as informações sempre atualizadas. Se houver alguém que inicialmente fazia parte da sociedade, mas, atualmente, não é mais integrante da mesma, é preciso que isso esteja legalmente reconhecido. Isso vale também para o oposto, ou seja, novos membros devem ser legalmente incluídos.
Antes de buscar o investimento é necessário que toda a parte jurídica já esteja organizada e bem definida. Para isso, procure o auxílio de uma contabilidade consultiva para garantir que tudo funcione em conformidade com a lei.
2-Propriedade Intelectual
Caso a sua startup trabalhe com criação de itens intelectuais é importante garantir a proteção de tudo aquilo que ela produz, para evitar problemas jurídicos no futuro.
Por exemplo, se a sua startup trabalha com desenvolvimento de softwares é preciso assegurar que ela detenha o direito autoral sob o mesmo. É importante garantir legalmente que o direito de propriedade intelectual pertença aos sócios e não a terceiros, como os desenvolvedores envolvidos no processo de criação.
Para tanto, o ideal é criar documentos em que os colaboradores concordam que a criação é propriedade intelectual da empresa e não deles mesmos.
Nesse sentido, uma ferramenta importante é o NDA (Non Disclosure Agreement), em português, Contrato de Confidencialidade. No documento, parceiros, colaboradores e prestadores de serviço se comprometem a não divulgar informações sigilosas para outros.
Além disso, fique atento ao registro de patentes, caso sua startup trabalhe com algo do tipo. Isso pode evitar conflitos futuros com outras empresas concorrentes que produzam algo similar.
3-Aspectos Trabalhistas
É importantíssimo que os trabalhadores de sua startup sejam contratados ou prestem serviços dentro do que estabelece a legislação trabalhista.
Sendo assim, contrate formalmente os seus colaboradores e não tente burlar esse item com o objetivo de pagar menos impostos. Apesar dessa atitude parecer vantajosa em um primeiro momento, ela pode custar caro para o seu negócio.
Na visão do investidor, as empresas que se adequam às normas trabalhistas possuem maior valor. Afinal, estão livres do risco de enfrentar processos de funcionários que podem causar prejuízos financeiros e sujar a reputação da marca.
Sendo assim, mantenha a contratação formal e respeite regras que dizem respeito à remuneração mínima de acordo com sindicato, quantidade de horas extras, entre outras obrigações e benefícios que envolvem o trabalhador.
4-Plano de Negócio
É verdade que o seu produto ou serviço pode ser de excelente qualidade, porém é preciso se certificar de que há espaço para ele no mercado antes de investir dinheiro.
Para isso, existe o MVP (Minimum Viable Product, ou Produto Minimamente Viável) que testa as hipóteses de sucesso ou fracasso do produto antes de lançá-lo no mercado.
Para criar um MVP, você precisa:
- Pensar em uma necessidade específica dos seus clientes e ter a ideia de um produto que possa solucioná-las.
- Criar hipóteses sobre o produto, definindo quem vai comprá-lo, quais são os benefícios, qual vai ser o preço, entre outras questões.
- Descobrir quais são as funções mais relevantes do item, que não podem faltar e eliminar os excessos.
- Definir quais métricas de desempenho serão usadas para medir a performance do produto.
- Criar o produto com as características mínimas e colocá-lo em teste, selecionando grupos de pessoas específicas para dar o feedback.
- Ouvir os feedbacks e fazer os ajustes necessários até chegar a versão final.
Ao seguir esses passos, você vai garantir que o seu produto quando entrar no mercado encontrará pessoas interessadas nele e que aprovarão sua qualidade.
Assim, ao mostrar para um investidor que o seu produto foi testado e os resultados finais, ele vai se sentir mais seguro e confiante em investir no seu negócio.
5- Apresentação e Demonstração
O primeiro contato que o investidor vai ter com o seu negócio será no momento da apresentação e demonstração da sua startup.
Sendo assim, tenha em mente que uma má apresentação pode resultar no encerramento imediato do processo de avaliação do investimento.
Considere algumas dicas para fazer uma boa apresentação:
- Conheça o seu público: procure saber quem são as pessoas que vão ouvi-lo e adapte sua apresentação para elas;
- Boas práticas de oratória: fale com convicção, use argumentos persuasivos e mantenha contato visual. Caso tenha dificuldade de falar em público, faça um curso sobre isso e treine bastante;
- Apresentação simples: use palavras que você conhece o significado e fale de um modo que mesmo alguém que não é especialista no assunto consiga compreendê-lo. Quando você consegue explicar temas complexos de maneira simples, isso demonstra que domina o tópico;
- Informações relevantes: inclua a história da sua startup, cite dados financeiros, cases de sucesso, entre outros.
Com uma boa apresentação, a startup tem mais chances de ser selecionada para receber um investimento.
6- Organização Financeira
Antes de fornecer um aporte de capital, os investidores podem solicitar uma Due Diligence, ou seja, uma auditoria que avalie o lado financeiro, contábil e jurídico do seu negócio por meio de documentos e informações que estiverem disponíveis.
Essa avaliação é importante para determinar os riscos de investimento e valor total do aporte concedido à startup.
Por isso, quando for buscar um investimento, é preciso organizar financeiramente a sua startup. Mantenha os relatórios e toda documentação organizados e em dia, dessa forma, os investidores poderão consultá-los com facilidade.
Em síntese, para preparar sua startup para receber investidores você deve seguir seis passos:
- Definir a estrutura societária;
- Proteger a propriedade intelectual;
- Focar na legalidade em questões trabalhistas;
- Elaborar um plano de negócio;
- Treinar para fazer uma boa apresentação e demonstração;
- Manter uma boa organização financeira.
Que tal buscar a ajuda de especialistas para lidar com a contabilidade e questões jurídicas da sua startup? Isso vai aliviar o seu trabalho e diminuir o risco de erros.
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