Será que a sua startup está se preparando corretamente para buscar investimentos? Você sabe o que os investidores analisam antes de fazer um aporte de capital? O uso de uma solução de contabilidade digital poderia ajudar?
A verdade é que fazer um investimento é um negócio. Por isso, os investidores não vão se basear apenas na qualidade do produto ou serviço.
A decisão envolve a análise de dados e evidências. Eles buscam motivos concretos que levem à conclusão de que a empresa vale o investimento.
Sendo assim, descubra quais são as informações da sua startup que interessam aos investidores e podem ser decisivas na hora do investimento ser aprovado ou negado.
Primeiro passo: diagnóstico financeiro da startup
Uma pesquisa realizada pelo Sebrae e pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços com mais de 1000 startups revelou que o principal motivo para o fechamento das empresas é a dificuldade de acesso à capital. O estudo apontou que cerca de 40% dos empreendimentos enfrentaram esse impasse.
A boa notícia é que as empresas podem superar esse desafio. Para tanto, o caminho é entender como buscar um investimento. O ideal é estar preparado e ter em mãos os dados certos, aquilo que os investidores realmente querem saber.
Dessa forma, o primeiro passo é buscar uma contabilidade digital para verificar qual é a real situação financeira de sua startup, uma vez que os investidores não vão fazer aporte de capital sem antes investigar como o negócio está financeiramente. Por isso, os dois relatórios a seguir são essenciais:
DRE
O Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um relatório que contém informações sobre as receitas, despesas, custos e investimentos de uma empresa durante um período específico.
Com esse resumo financeiro em mãos, ocorre a determinação do resultado líquido e é possível avaliar se a empresa está obtendo prejuízos ou lucros.
De acordo com o que prevê a legislação, o DRE deve ser realizado anualmente Porém, a organização pode optar por gerar esse relatório para outros intervalos de tempo com o objetivo de monitorar a situação financeira. É só contratar uma contabilidade digital para realizar o processo.
Com o intuito de mapear qual a projeção financeira da empresa, é útil calcular o DRE de um período mais longo para avaliar como está o seu crescimento.
Por exemplo, para descobrir o DRE dos últimos 3 anos
- Primeiro passo: analisar qual foi a receita operacional líquida. Para isso, basta somar todos os valores da receita bruta (vendas e serviços) e diminuir pelo valor total de deduções da receita bruta (devoluções, impostos, entre outros). O resultado da conta indica a receita operacional líquida.
- Segundo passo: calcular todos os custos de vendas durante esses anos, sendo que essa soma equivale ao resultado operacional bruto.
- Terceiro passo: descobrir o resultado operacional antes do IR (Imposto de Renda) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) por meio do cálculo de todas despesas operacionais, financeiras líquidas, entre outras.
- Quarto passo: subtrair o IR e CSLL do valor do resultado operacional para obter o lucro líquido antes das participações.
- Quinto passo: por fim, para descobrir o valor líquido do exercício é necessário subtrair as participações, como o pró-labore.
Pensando em todos esses cálculos, é essencial buscar o auxílio de contadores para elaborar esse relatório da forma correta. Uma boa alternativa, e muitas vezes mais econômica, é utilizar os serviços de contabilidade digital.
O DRE é essencial para as startups que buscam investimentos, já que para os investidores é uma ferramenta que possibilita avaliar a verdadeira situação da empresa.
Curva ABC
A curva ABC é uma forma de classificar os itens de uma empresa, dividindo-os em grupos de maior e menor relevância. Os itens A são os mais importantes, os itens B são de valor mediano e os itens C são os menos relevantes.
Os elementos podem ser separados e classificados em diversas categorias, como: produtos e mercadorias, tarefas, clientes, fornecedores, entre outros.
O método utilizado para definir as prioridades é a regra 80/20, criada pelo economista italiano Pareto, que descobriu que 80% da riqueza da Itália era proveniente de 20% da população.
Isso significa que dentro de uma empresa 20% dos produtos ou serviços geram 80% do lucro, pertencendo ao grupo A. Já a classe B fornece 15% de lucro e a C apenas 5%.
Dessa forma, é possível investir nos produtos mais lucrativos e no relacionamento com os seus fornecedores.
No caso da curva ABC de clientes, eles podem ser divididos em:
- Tipo A: são os mais lucrativos, os que mais gastam com a empresa e mais frequentemente. Eles são responsáveis por 80% do faturamento e representam 20% do número total de clientes.
- Tipo B: são aqueles que apresentam consumo mediano, cerca de 15% do faturamento e representam 30% da clientela.
- Tipo C: são os que trazem menor lucro – 5% – e representam 50% do total de clientes.
Ao classificar seus clientes de acordo com a curva ABC, você pode elaborar métodos para manter a fidelização, bem como analisar qual o perfil desses consumidores, para buscar formas de trazer crescimento financeiro para sua startup.
Curva ABC e a produtividade do time
O princípio da regra 80/20 também pode ser usado para avaliar a performance dos colaboradores, medindo sua produtividade.
De acordo com a curva ABC, 20% das ações são responsáveis por 80% dos resultados. Assim, para aumentar a produtividade, é preciso reconhecer quais são essas atividades e manter o foco nelas, buscando alternativas para executá-las de maneira cada vez mais eficaz.
Em resumo, a curva ABC auxilia na tomada de decisões mais assertivas, que vão trazer retorno verdadeiro e, consequentemente, expandir positivamente o valor da empresa dentro do mercado.
Porém, é útil buscar o auxílio de uma contabilidade digital para fazer a construção desses dados com exatidão.
Segundo passo: compreensão do perfil da startup e riscos de investimento
Antes de investir na startup, os investidores avaliam outros elementos relevantes, como o perfil empresarial e os riscos que o mercado traz para aquele negócio.
Por isso, é bom analisar os seguintes aspectos para que o empreendimento fique pronto para buscar investimentos:
Objetivos e valores empresariais
A startup que procura investimentos precisa definir a visão da empresa e a sua proposta de valor, se quiser ser bem-sucedida.
A proposta de valor é um componente do marketing que visa definir quais os valores do seu negócio e como eles influenciam a maneira como sua empresa oferece produtos ou serviços ao público, mostrando ao cliente as vantagens de escolher as soluções da startup.
Além disso, também é importante criar um roadmap,uma espécie de roteiro visual. Nele, você deve identificar a posição atual de sua empresa no mercado e qual o lugar que deseja ocupar no futuro.
Ao traçar o roadmap, é preciso estabelecer um objetivo maior e qual o tempo para alcançá-lo. E então, escolher objetivos menores, de curto e médio prazo, que vão ajudar a atingir a meta estipulada.
Também é essencial escolher quais são as Key metrics (Métricas) mais relevantes para a realidade da sua startup e fazer o acompanhamento delas.
As Key metrics tratam-se de dados numéricos que ajudam a avaliar o desempenho do negócio. Podemos citar, por exemplo:
- Receita de vendas;
- Margem de lucro líquido;
- Taxa de conversão de leads;
- Taxa de retenção;
- Tráfego de site
- Entre outros.
Estratégias de Marketing
Um dos pontos essenciais para o sucesso de um negócio é a elaboração de estratégias de marketing, definindo quais são as formas de atração de clientes.
Atualmente, um dos grandes destaques é o marketing digital. Isso porque criar presença no mundo virtual é uma forma de desenvolver relacionamento com o seu público.
Para tanto, ter um site que explique e ofereça o seu produto e esteja dentro dos padrões SEO (Search Engine Optimization) é indispensável. Além disso, por meio dele e das redes sociais, você pode disponibilizar conteúdos atrativos.
No entanto, também é importante analisar se as estratégias adotadas pela empresa estão trazendo o retorno esperado.
Com esse objetivo, é preciso descobrir qual o Custo de Aquisição do Cliente (CAC) gasto pela empresa e qual o LifeTime Value (LTV), ou seja, o valor adquirido durante o período de relacionamento com determinado consumidor.
O ideal é que os valores de CAC da startup sejam menores do que os LTV, porque isso indica que a organização está conseguindo lucros.
Caso contrário, é sinal de que há algum gargalo no processo de vendas, sendo necessário identificá-lo o quanto antes para eliminá-lo. Nesse caso, busque ajuda de uma contabilidade digital para ajudá-lo a solucionar o problema.
Posição no mercado
Outro fator analisado pelos investidores quando consideram a possibilidade de investir em uma startup é a sua posição no mercado.
Por isso, além de conseguir explicar o funcionamento do seu produto ou serviço também é necessário ter conhecimento de mercado e saber se existem outras empresas que trabalham com a mesma solução.
Dessa maneira, é essencial calcular qual o tamanho do mercado que há à disposição para a sua startup. Para isso, você pode usar os seguintes conceitos:
- TAM (Total Available Market): representa o número total do mercado disponível para um produto ou serviço, em nível global.
- SAM (Serviceable Available Market): é a porção do mercado que a sua empresa pode alcançar em longo prazo, desde que adote ações estratégicas.
- SOM (Serviceable Obtainable Market): é a parte do mercado que está disponível para sua empresa atingir, permite fazer uma previsão realista.
Além disso, conheça os seus concorrentes e investigue o porquê os clientes compram os seus serviços.
Ao conseguir ter a visão do cliente, você vai entender qual a necessidade dele que o seu produto vai suprir, esse conceito é chamado de Job-to-be-done.
De acordo com a teoria criada pelo professor de administração Clayton Christensen, as pessoas adquirem produtos quando percebem que têm um problema e que aquele item é a solução para ele.
Assim sendo, mesmo havendo empresas concorrentes, você pode ofertar o seu produto de formas inovadoras mostrando para o consumidor como a solução da sua empresa satisfaz as necessidades dele.
No entanto, para que isso se torne realidade, toda a equipe deve trabalhar de forma alinhada e possuir competências que contribuam para o crescimento da empresa como todo.
Análise do produto
Obviamente, se alguém for investir em um produto, vai desejar conhecer suas características e os seus diferenciais.
Então, esteja pronto para realizar uma demonstração do produto ofertado pela sua startup e destacar quais são os pontos fortes.
Ademais, separe informações que revelem qual o passo a passo para o desenvolvimento do item e em qual estágio se encontra atualmente. Vale destacar também quais são as ambições referentes ao futuro do produto.
Pitch Deck
O fundraising consiste na captação de fundos ou recursos com o intuito de financiar uma startup ou projeto, sendo que para consegui-lo será necessário fazer uma apresentação diante dos investidores.
Com isso em mente, é vital elaborar com atenção o Pitch Deck, que é o material de apoio da sua apresentação.
No Pitch Deck, você deve inserir informações que despertem a curiosidade do investidor e se antecipar ao responder questões que poderiam causar receios , mostrando como a sua startup soluciona aquelas dúvidas e porque ela é o negócio ideal para receber aporte de recursos.
Alguns assuntos podem ser incluídos na sua apresentação, como:
- Questões jurídicas: fale sobre a documentação da startup e se está pronta para uma Due Diligence (avaliação geral da empresa).
- Planejamento financeiro: destaque a situação financeira da empresa, qual a previsão de crescimento e utilize dados concretos que demonstrem isso.
- Financiamento: indique a quantidade de recursos que a startup precisa e explique como eles serão utilizados dentro dos próximos meses.
No entanto, não é preciso restringir-se apenas a esses tópicos. Vale incluir a história da empresa e quaisquer outras informações que agregam valor positivo ao negócio.
Terceiro passo: avaliação da tração do negócio
Antes de investir em uma startup, os investidores vão querer certificar qual é o nível de tração do negócio.
A tração são os dados concretos que servem para verificar o engajamento da empresa no mercado.
Para isso, pode criar um KPI (Key Performance Indicator), com o auxílio de uma contabilidade digital, que demonstre se o conjunto de ações corporativas está viabilizando o alcance das metas estabelecidas e promovendo o crescimento da startup.
Afinal, os investidores olham para o futuro. Eles querem saber qual o retorno o investimento vai trazer mais a frente. Por isso, é essencial evidenciar boas razões que comprovam que a sua startup possui probabilidade de crescer.
Em conclusão, para conseguir um investimento você precisa mais do que ter um bom produto: é essencial conhecer o mercado, definir metas e adotar estratégias de marketing. Além disso, é preciso ter dados concretos que demonstrem que sua startup está evoluindo e possui boa saúde financeira e jurídica.
Pensando nisso, que tal aderir a contabilidade digital para ajudá-lo com a construção de seus relatórios? Agende uma conversa com time da Gestão!